
Ontem estava conversando com uma amiga e lhe dizendo o quanto ela fica chata quando está apaixonada.Ela pra não ficar por baixo, falou da mesma forma comigo, e eu pra não fugir do diferente fiquei receosa.
A paixão é o melhor estado em que alguém poderia ficar, e eu sou chata? Pois é povo, sou chata...confesso...só falo da pessoa e penso nela o tempo todo, sem contar que perto dela pareço uma toupeira, nem ando nem desando...ou melhor..desandar é a palavra certa.
Quando tinha oito anos e Daniel era o homem da minha vida..digo...menino da minha vida, as coisas já pareciam difíceis. Ele no auge da maturidade com 12 anos sabia encantar uma mulher, me ensinou a plantar couve na escola e que ela era saborosa apenas com sal. Aqueles cabelos enrolados e loiros me fascinavam, na época pegar na mão era o ponto culminante do namoro (gente eu era uma criança) até que um dia aconteceu, e eu apaixonada de tudo quase morro de tanta alegria, nem lavar mais a mão eu queria, aquele era o homem que tinha escolhido para todo o sempre.
Mas mesmo assim ainda me lembro de escrever em meu diário (e meu querido irmão ler escondido) o quanto era difícil lidar com as situações. Até quando meu amado percebia que eu estava olhando enquanto ele torcia o braço de um amiguinho de escola (aquilo o tornava um homem muito viril), eu me sentia com um luzeiro na testa piscando e escrito ?SIM EU GOSTO DE VOCÊ?, me achava besta e só faltava sair correndo e pular de cima do primeiro pé de alface que eu encontrasse.
Como complicamos as coisas heim? Falo isso, mas não mudou nada, continuo uma toupeira quando o assunto é amor e derivados, e mesmo com o coração disparado ou às vezes sentindo como se ele estivesse parado, simplesmente tenho receio, e o mais contraditório de tudo, é a sensação mais gostosa que existe.
Daniel e eu não curtimos muito nossa paixão depois que virou recíproco. Como toda paixão efêmera comecei a gostar de Bruno, era muito esperto fazia bichinhos de papel, e o fator idade contribuiu muito, ele tinha 9 e entendia melhor meu mundo. Daniel se tornou um homem muito cobiçado, e há alguns anos atrás descobri que uma amiga estava apaixonada por ele. Daniel continua com a mesma mania de comer couve com sal.
Éeeee...existem coisas que não mudam, como a couve.